Operários completam oito dias de greve em Belém.

Greve dos operários da construção civil de Belém chega ao oitavo dia, com votação unânime, acordo parcial e pressão por avanços nas negociações coletivas.

 

Nesta segunda-feira, 22 de setembro, os operários da construção civil de Belém completaram oito dias de greve e participaram de nova rodada de negociação no TRT.

Após votação unânime em assembleia realizada em frente ao tribunal, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém – STICMB apresentou contraproposta com reajuste de 8%, cesta básica, PLR e garantias sociais.

A proposta incluiu ainda retomada do pagamento até o dia 30, manutenção dos direitos sociais e atenção às reivindicações específicas das trabalhadoras mulheres da categoria.

Apesar disso, a negociação geral não avançou. Enquanto a patronal se mantém irredutível, os trabalhadores seguem confiantes na força da mobilização coletiva em curso.

Conquista em obra estratégica
Com a urgência das obras da COP30, empresas começam a fechar acordos individuais. A Don Engenharia e terceirizadas cederam à greve e assinaram acordo.

Esse acordo garantiu reajuste de 8% nos pisos salariais, cesta básica de R$ 210, PLR de R$ 354 e manutenção das cláusulas sociais.

Além disso, assegurou pagamento regular até o dia 30, atendendo a uma das principais reivindicações da categoria nas negociações conduzidas pelo sindicato.

Segundo o coordenador do STICMB, Ailson Cunha, a vitória fortalece a luta: “Essa é mais uma grande vitória que mostra nossa força.”

Próximos passos da luta
Para esta terça-feira, 23 de setembro, os trabalhadores marcaram concentração pela manhã na sede do Sindicato para realizar uma nova assembleia geral deliberativa.

A categoria acredita que, mantendo a mobilização forte, será possível conquistar integralmente as reivindicações e pressionar o setor patronal por um acordo abrangente.

Os dirigentes lembram que empresários lucram alto com os mais de R$ 7 bilhões liberados para obras da COP30, financiadas pelos governos estadual e municipal.

Assim, os trabalhadores denunciam que os patrões e gestores públicos se beneficiam dos investimentos enquanto tentam negar conquistas justas à categoria mobilizada.

Apoio à mobilização
A greve segue recebendo apoio de entidades sindicais, movimentos sociais e da população, que reconhecem a legitimidade das reivindicações dos operários da construção civil.

O movimento abrange trabalhadores e trabalhadoras de Belém, Ananindeua e Marituba, que continuam unidos e dispostos a resistir até conquistar seus direitos.

O STICMB reforça o chamado: a unidade é fundamental para garantir vitórias maiores e assegurar respeito à dignidade da categoria na construção civil.

 

Fonte: Rádio Peão Brasil – 23set25